6 de set. de 2008

"ela é rica, barata e para ricos. merda rica para ricos, assim como seu gnomo". foi algo assim que eu li debaixo de um dos vídeos da carla bruni no youtube, comentário de um telespectador-leitor francês revoltado. revoltado? talvez, talvez só de saco cheio, eleitor da segolene royal.
aí, eu, como sempre, influenciável que sou pelas opiniões alheias fortes, fiquei meio me questionando: e eu baixando o disco novo da c. bruni, e gostando, e ouvindo o primeiro dela, e gostando... que carneirinho do sistema! que pequeno burguês!
ha

mas aí a música continuou e apagou os espectros negativos daquele comentário tão verdadeiro, feito pelo francês. tão verdadeiro, mas tão falso. saca? injusto.

la bruni não me importa muito enquanto primeira dama. niente.

tampouco me importa muito a imagem escultural da ex-modelo, ou a maneira um pouco fake, um pouco fingimento com que ela toca - ou segura - o violão, nos vídeos do youtube ou nas fotos tão lindas - e por isso artificiais - das capas dos discos.

a voz rouca, o francês sussurrado, os violões, os bons arranjos - há sempre um grande homem por trás? - o clima folk xic propositalmente despojado, os bons músicos, os bons refrões, a melancolia, a sensualidade... carla bruni não se segura como música por ser linda. ou ex-top model. ou ex-mick jagger. ou sra. sarkozy.

she's clever. até demais (e, talvez e por isso, se queime já já). mas ela instiga.
e a música... vai ouvir, vai, antes de xingar a moça nem tão moça. 'l'excessive', 'tu es ma came', 'raphael', 'ta tienne', tem várias joiazinhas cheias de violões nostálgicos, uma gaita aqui, uma flauta ali... bem naquele clima neohippie que eu to vivendo, sacumé?

carla bruni, 'quelqu'un m'a dit', carla bruni, 2005, e 'comme si ne rien d'était', 2008

Nenhum comentário: