6 de abr. de 2008

hábito comum: quando não tenho nada de útil para escrever, tomo posse do ato de 'reproduzir'. porque, aquela coisa: rola identificação, portanto também fala por mim.
eis uma


uma parte de mim
é todo mundo
outra parte é ninguém
fundo sem fundo

uma parte de mim
é multidão
outra parte estranheza
e solidão

uma parte de mim
pesa, pondera
outra parte
delira

uma parte de mim
almoça e janta
outra parte
se espanta

uma parte de mim
é permanente
outra parte
se sabe de repente

uma parte de mim
é só vertigem
outra parte
linguagem

traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -

será arte?

('traduzir-se', ferreira gullar)

Um comentário:

Bruka disse...

dá-lhe gullar. uma vez eu e a gio estávamos comendo numa cantina e ele chegou.
grande abraço