3 de out. de 2008

como vc está?
"pior que ontem, melhor que amanhã".
como você está?
"melhor que ontem, pior que amanhã".
a primeira versão da resposta é a mais engraçada. e a mais pessimista. a segunda, logo acima, é otimista. e foi a versão que saiu da minha boca ao fazer a piada aqui na firma, ou querer fazer piada. a minha piada foi boazinha e otimista.
no fundo, eu não perco a fé. nem sei explicar por quê.
a depressão é o mal do século. que século? 20? 21?
que depressão? econômica? depressão interior, individual, emocional?
eu não acredito em depressão. eu acredito em um mundo _e vidas_ onde há espaço, e tem de haver, pras tristezas e pras alegrias. é impossível ser feliz o tempo todo (aquela coisa básica: tem de haver algo pra contrastar-contrabalancear... o que é a felicidade sem a comparação com a infelicidade?).
a falta de perspectivas da minha geração _não falo de perspectivas como fama, sucesso ou enriquecimento... que é o que quase todo mundo quer hoje_ me atinge no peito. forte volta ao existencialismo: por que eu, aqui, agora? pra que eu, aqui, agora? difícil formular resposta satisfatória. difícil prever o futuro. difícil interpretar o passado. passou! passou? por que? pra que?
o exagero de perguntas e a escassez _e pouca vontade de formular_ respostas me pega. eu, jornalista ávido por perguntar, curioso, queredor de saber. mas é um saber externo. e o saber-eu? falar de mim? só para raros. quando me abro começo a tremer. as lágrimas enchem os olhos, com a menor das lembranças mais emocionadas.
e são tantas emoções...
tantas, e tão poucas. tantas sentidas, poucas vividas, de fato. o meu viver é cada vez mais interior. dentro da minha própria cabeçona.
às vezes sinto _ou raciocino_ que carrego um escudo comigo, aonde quer que eu vá. e esse escudo, criado por mim, "culpa" minha, afasta e protege, impede a aproximação. cara séria, cenho fechado, olhos bravos de vampiro, sorriso infreqüente, medo, insegurança, estima deficiente... tudo se aplica, nada me atinge, tudo me atinge, tudo vem, vai, volta, chega, sai, fica. tudo se passa por minha cabeça.
e, lá no fundo, eu penso _sinto? raciocino?_ assim: eu sou tão legal. o máximo. inteligente. tenho bom-gosto. tenho classe. fino. cool. belo. interessante.

e daí?

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